19 de jan. de 2012

Sobre o Valor de Licenças de Software em BI

O Serpro, a empresa na qual trabalho, vive o mesmo dilema de qualquer empresa que resolva investir em SL: comprar uma licença.
Peraí. SL não é livre? Então não precisa pagar, não é?
Não tem nada a ver. SL é livre se pode ser usado, modificado e distribuído (modificado ou não) livremente. Porém, como qualquer outro produto, precisa de conhecimento para ser bem usado. E é ai que entram os custos de SL.

Eu já discorri sobre isso na apresentação feita na Fatec, então não vou me repetir. Vou apenas adicionar um pouco sobre isso no campo de BI.

Sobre licenças de software no mundo de BI: solução barata, em BI, custa um milhão de dólares. Solução boa é de cinco milhões, mas eu gostava mesmo era das de dez em diante (a proposta mais cara que eu vi era de dezessete milhões de dólares, inicial, e renovação de cinco milhões de dólares anuais.) Veja porquê.

O valor cobrado pelas suites livres (Pentaho, Spago, Jasper) é o mesmo que fornecedores "comerciais" cobram de consultoria para instalação e treinamento. Eu sei disso porque eu vendia SAS e concorria diretamente com a MicroStrategy e a Informatica. Eu nem sequer visitava o cliente se ele não pedisse proposta que desse, pelo menos, meio milhão de dólares. Pelo valor que a Pentaho cobra, eu usava só uns quinze minutos para atender o cliente, mandando uma proposta pré-formatada: preenchia os nomes do contato e da empresa, imprimia em PDF e mandava por e-mail (nem mandava por correio, que era a norma da empresa.)

Em 2009, fizemos eu e Gerson Tessler, no Serpro, uma conta rápida para mostrar uma das vantagens do Pentaho: o valor que o Serpro pagou de upgrade do MicroStrategy dava para pagar mais de cinquenta anos de licença Pentaho, com usuários ilimitados (em uma máquina modesta, claro; numa parruda dava só uns 20-30 anos.)

Outro parâmetro para comparar: em 2007, só de treinamento em MicroStrategy para a equipe na qual eu estava (e que cuidava do DW PF da RFB) gastamos R$50.000,00. Isso não é caro, é preço de mercado, praticado até mesmo pela Pentaho. Foram vários cursos, para umas quatro pessoas (fora um gratuito.)

Deu para pegar uma proporção?

O custo é sempre relativo ao retorno. Como o retorno de BI sempre é MUITO grande, licenças de BI comercial tendem a ser caras. Como a maioria das empresas ainda não descobriu como usar o verdadeiro poder do BI para aumentar sua lucratividade, a Pentaho vende a suite pelo seu maior valor de face, que é ferramenta de exploração de dados (a.k.a. relatórios.) Esse é um dos motivos pelo qual ela cobra pouco. Só para não ficar dúvidas: mesmo assim, vale a mesma coisa que as caras - e eu me refiro ao SAS e ao MicroStrategy. Se você conhece SAS e MicroStrategy, e já viu o Weka ou Pentaho Analysis, sabe do que eu estou falando.

16 de jan. de 2012

Meus Livros Favoritos

Eu também poderia intitular o post "Porque eu Preciso de um Kindle Fire", mas achei que seria demais. ;-)

Ganhei O Andar do Bêbado, de um grande amigo físico (como eu.) As primeiras páginas já mudaram meu entendimento sobre eventos aleatórios (pegadinha: na Porta da Esperança, vale a pena mudar de porta depois de o SS abrir uma errada? Resposta: SIM!!!)

Outro que eu já havia lido nesse ramo é Freakonomics: coloca questões muito interessantes e se esforça para te fazer entender que funk não causa dano cerebral, mas sim que dano cerebral te leva a ouvir funk (o carioca, no o original - obrigado Thunder!!) (ATENÇÃO: essa imagem é uma montagem, ela é falsa!!)

Eu também estou terminando de ler Scrum and XP from the Trenches (Enterprise Software Development) e Agile Software Development Scrum.

O primeiro é um relato de guerra de um cara que implementou Scrum (e outras técnicas, como XP) na empresa em que trabalha. Muito bom! Vale por uma vida e te converte para Scrum/XP/TDD nem que você diga não, obrigado.

O segundo é o relato do nascimento e estabelecimento da metodologia Scrum. Seu objetivo não é ensinar Scrum, mas contar sobre como ele nasceu, de que idéias, de que necessidades. Ainda assim, te deixa uma boa idéia de como fazê-lo (apesar de ser melhor usar livros como Agile Project Management with Scrum.) O melhor é mesmo entender as mentes por trás da idéia. Depois de lê-lo é impossível não se jogar no chão genuflexionando-se para o Scrum como se fosse a bíblia da segunda vinda do messias...

Meu próximo livro: Wicked Problems, Righteous Solutions. Em poucas palavras, porquê o modelo cascata (waterfall) falhou. Depois eu vou buscar um mostrando porquê ele deu certo (ou provando que ele funciona.) Só para não ficar na oposição. ;-)

Fora isso, meus três mais são:
  1. Não é Sorte
  2. O Futuro da Administração
  3. How to Measure Anything
Até mais!

11 de jan. de 2012

Valores da Hora de Analista de BI

Não é um assunto muito ligado ao tema deste blog, mas é uma pergunta que eu ouço com frequência: quanto vale a hora de um analista de BI? Eu costumo responder que varia 1) se você é PJ ou 2) se é free-lancer (body shop). Se você é PJ e está vendendo diretamente para o cliente, entre R$100,00 e R$200,00 (de jr. a sênior.)

Se você está sendo contratado por uma empresa que vai te alocar em um projeto, eu cobraria a metade: R$50,00-R$100,00. Isso deixa para seu contratador um espaço para a margem dele.

Mas esses valores são uma mistura da minha experiência no SAS em 2000, meu sentimento sobre esse mercado e os valores, e bate-papo com alguns profissionais desse mercado. Esses números são, em inglês, um "educated guess." ;-)

Mas eis que o Ricardo Gouvêa, do blog Planeta Pentaho, achou uma notícia e fez esse comentário:
Já os salários dos desenvolvedores de data warehouse poderão ter contratos com taxas variando de 65 dólares a 85 dólares por hora. Arquitetos de data warehouse podem ganhar 160 mil dólares por ano ou 80 dólares (ou mais, dependendo da experiência) por hora em contrato.
Ele retirou essas informações do site da CIO, mas a Cetax Consultoria também achou informação semelhante no site da Info. Vale a pena conferir, mesmo sendo informação sobre o mercado norte-americano. Na pior das hipóteses você terá uma referência para negociar seu próximo contrato.